A segurança pública em Mato Grosso do Sul está prestes a enfrentar uma crise sem precedentes. Policiais civis do Estado sinalizaram uma possível greve, revelando uma realidade assustadora: salários congelados desde 2013, um déficit de 900 profissionais e sobrecarga extrema de trabalho. Com policiais cumprindo até 80 horas semanais sem receber horas extras, a categoria está à beira do esgotamento.
Alexandre Barbosa, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de MS (Sinpol-MS), expôs a indignação da classe. "Desde 2016, o governo prometeu que nossos salários estariam entre os seis melhores do país, mas nada foi cumprido. Estamos sobrecarregados e mal remunerados", denuncia.
A situação nas delegacias é desesperadora. Com cerca de 40 detentos em celas na Capital, onde deveriam estar no sistema prisional, o caos está iminente. Em resposta à falta de ação do governo, os policiais anunciaram o movimento "Cumpra-se a Lei", comprometendo-se a seguir estritamente a legislação, sem realizar atividades além das exigidas por lei. Isso pode levar ao colapso completo das operações policiais no Estado.
O governo tentou contornar a situação oferecendo a incorporação do auxílio-alimentação ao salário, uma medida considerada insuficiente pela categoria. Enquanto isso, o auxílio-saúde de R$ 2.000 foi concedido apenas a delegados e fiscais de renda, gerando ainda mais revolta entre os policiais civis.
A categoria espera uma resposta urgente do governo antes que a segurança pública de Mato Grosso do Sul se veja completamente paralisada.
Fonte: Jornal Alerta Dourados